Técnica e Tecnologia: uma discussão filosófica
Com este quadro sinóptico podemos fazer uma breve avaliação sobre a mútua contribuição da técnica para o avanço tecnológico, e da tecnologia para o aprimoramento técnico. Entrevistei quatro profissionais de áreas distintas e os desafiei a refletir sobre como dependem da tecnologia e as técnicas que utilizam. Somente uma avaliação empírica é capaz de mostrar com clareza a sintonia que existe entre esses elementos e a nossa rotina:
PROFISSÃO
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Técnico de Tecnologia da Informação
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Analista Pleno de Comunicação Interna
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Sargento Músico do Exército Brasileiro
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Professor de Literatura do Ensino Médio
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FORMAÇÃO
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Coordenador de Tecnologia da Informação
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Graduação em Comunicação Social/ Pós graduação em Comunicação Corporativa
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Músico Militar
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Letras – Português e Literatura;
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FERRAMENTAS
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Computador; smartphones; projetores; Linux; TeamViewer; Webex Citrix; Spiceworks; Skype; Recurso VPN de Firewall Watchguard, etc.
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Computador; Yammer (rede social corporativa); Illustrator (imagem); e Finalcut (vídeo).
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Instrumentos musicais; Aplicativos de teoria musical; Redes sociais; E-mails; Youtube; e Google.
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Quadro Branco; computador; celular; projetor midiático; impressora;
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TÉCNICA(S)
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Montagem e manutenção de Microcomputadores e equipamentos de vídeo conferência; acesso remoto a servidores; organização de ativos e inativos.
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Elaboração de textos; Construção de Campanhas; Produção de Eventos; e Integração dos Colaboradores
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Leitura de Partituras; Elaboração de arranjos musicais; envio e recebimento de documentações; e aprimoramento teórico constante.
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Imposição de voz; compreensão das limitações dos alunos; capacidade de sintetizar o conteúdo; e domínio objetivo do conteúdo.
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TECNOLOGIA
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O fluxo de informações necessário em qualquer empresa dos nossos dias, gerou a necessidade de ter pessoas que cuidam para que esse fluxo não emperre.
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No auge do fluxo de informações, é inevitável que haja uma competição pela atenção das pessoas; neste caso, é necessário capturar a atenção dos colaboradores para que estejam cientes das ações da empresa.
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Aqui a tecnologia tem papel fundamental como fonte de informação e aprimoramento técnico e cultural.
Os processos de um enorme órgão como este só poderia ser eficaz com a ajuda de toda troca de informações que meios tecnológicos proporcionam. |
A impressão de materiais substitui os antigos mimeógrafos, economizando tempo; a tecnologia é serva da técnica pedagógica.
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Partindo desses dados, torna-se inegável: existe uma relação autofágica entre a técnica e a tecnologia, cujo elo somos todos nós. Já houve quem dissesse que determinada tribo ou civilização não continha qualquer indício de técnica desenvolvida pelo ser humano, mas isso não só é impossível como também é impossível imaginar um mundo sem o exercício de qualquer técnica. Até mesmo ao tentarmos imaginar tal absurdo, estamos usufruindo de técnicas cognitivas que desenvolvemos conforme fomos dominando parcialmente nossas capacidades imaginativas.
Ortega Y Gasset, reconhecido filósofo espanhol, numa publicação em um jornal argentino chamado La Nacion, definiu alguns estágios de técnica. O primeiro estágio chama-se técnica do acaso. Esta se refere à técnica ligada ao instinto primitivo do homem, que aprimorou as primeiras habilidades simples, como pegar alguma coisa, andar, se comunicar, etc; o segundo estágio, o da técnica do artesanato, diz respeito às habilidades adquiridas pelo homem de criar manualmente alguns objetos; e o terceiro e último estágio definido por Ortega é o da técnica dos técnicos, que aponta para a capacidade adquirida pelo homem de criar máquinas que substituem o trabalho artesanal do homem, ao mesmo passo em que necessita do homem como seu operador.
O que o filósofo espanhol não previu é que chegaríamos no estágio em que estamos, quando não só nós criamos máquinas que nos substituem, mas também máquinas capazes de substituir até mesmo a inteligência humana. A tecnologia, que podemos definir de forma bem básica ser a união entre a ciência e a engenharia, tomou proporções inimagináveis para a Espanha de Ortega Y Gasset (1883-1955), evoluindo exponencialmente e fazendo parte da nossa rotina, do nosso trabalho, estudos, relacionamentos, e até mesmo das nossas decisões (ou sonhamos em conhecer a Europa por mera intuição? Malditos propagandas!). Nos rendemos à tecnologia e, pelo menos até aqui, ela ainda nos serve e se rende a nós.
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